Rota do Românico e Douro Vinhateiro - Roadtrip

O dia começou bem cedo e chuvoso. A primeira paragem desta roadtrip é Oliveira do Hospital – Aqua Village Health Resort. Não podíamos começar de melhor forma. Um sítio muito tranquilo, com um spa e uma piscina exterior aquecida incrível ao pôr do sol.

Como sabem, sou uma eterna apaixonada pelo Parque Natural da Serra da Estrela e, por isso, nada melhor do que acrescentar um dia ao roteiro já planeado para matar as saudades. Não por muito tempo, mas valeu a pena – com muito nevoeiro à mistura e uma estrada de cortar a respiração. Algo que, aviso-vos já, será recorrente nesta viagem.

Depois das habituais compras de queijos e licores típicos, seguimos viagem até Castelo de Paiva, onde se situa o nosso segundo hotel. Mais uma vez, escolhemos uma estrada nacional em vez da autoestrada. Não só por ser mais acessível, como por ser um caminho mais direto e onde temos oportunidade de apreciar a paisagem. Mas foi uma verdadeira aventura! A paisagem vale a pena mas valeria muito mais se não fosse o cenário desolador que os incêndios de 2017 e 2018 deixaram. A tranquilidade é interrompida pelos buracos na estrada, pelo gado nas curvas ou o encontro com outro carro na direção contrária, dada a largura (ou falta dela) das vias. Já para não falar da ausência total de rede nos telemóveis em alguns pontos. Obrigada sistema de navegação automóvel. Mas uma coisa também é verdade, não importa a tecnologia, o melhor GPS continua a ser o tradicional: parar o carro na beira da estrada e perguntar à senhora que está a estender roupa na varanda, ou o pastor que vai beber o seu café no sítio do costume, pessoas que passaram ali toda a sua vida e que conhecem as estradas de cor e salteado, qual o melhor caminho para o nosso destino.

Algumas longas horas e muitos rios e serras depois, chegamos finalmente ao Douro 41 Hotel & Spa, o qual recomendo muito. Acordar com esta vista para o rio Douro é começar o dia da melhor forma.

Novo dia, novas aventuras nas estradas deste país. A ideia inicial era subir o rio de barco ou no comboio histórico mas ambos só funcionam entre abril e outubro – e eu a pensar que sazonalidade era só no Algarve... Apesar disso, acabou por até ser uma boa opção pois seguimos ao nosso ritmo. Ou ao ritmo que a estrada nos deixava. Curvas e contracurvas através de vistas de cortar a respiração e constantemente a 'proibirmo-nos' de parar em todas 'as capelinhas', todos os locais que mereciam uma fotografia. Caso contrário demoraríamos um dia inteiro até chegar à Régua. Desta vez a escolha foi a que é considerada por muitos a estrada mais bonita de Portugal, a Estrada Nacional 222 (o troço mais bonito é entre a Régua e o Pinhão, mas já não tivemos tempo) e alguns troços da N108. Se podíamos ir pela autoestrada? Sim, mas o tempo de viagem não é muito diferente e não conseguiríamos apreciar a paisagem.

Chegamos ao Peso da Régua já depois da hora do almoço. A pausa para comer foi no restaurante Aneto&Table, ao lado da estação de comboios da cidade (mais propriamente no que era a antiga estação). Recomendo muito. Nesta viagem, como tínhamos de fazer muitos quilómetros de carro, praticamente não comemos em restaurantes além dos do hotel e muitas das refeições foram feitas sobre rodas. Por isso, aproveitámos muito bem esta oportunidade, sem tempo contado. Tanto os pratos como o vinho eram muito bons, assim como o atendimento e o preço surpreendeu-me, bastante razoável. O restaurante em si também é muito giro, com vista para os comboios de uma lado, e para o Douro do outro. A não perder.

Energias recarregadas, seguimos para a última paragem da viagem que me foi recomendada por alguém que conhece bem a zona: o Miradouro de São Leonardo da Galafura. É um sítio tranquilo e com pouca gente. Um dos pontos altos desta roadtrip e o sítio perfeito para a terminar. Voltamos no dia seguinte às rotinas, cansados fisicamente mas com a alma fortalecida. Este país é fantástico.