Aprendi e vivi isto sem sair de casa, durante os tempos estranhos que vivemos. Podemos sempre viajar através das histórias e das viagens dos outros. Imaginamo-nos a ver e a viver o que os outros viram e viveram.
Podemos sempre viajar...
Através dos livros. Em poucos dias podemos percorrer Continentes, conhecer pessoas e estilos de vida novos e épocas diferentes – em que viajar não era apenas fazer ‘check’ aos pontos turísticos só porque toda a gente o faz.
Podemos sempre viajar...
Através dos outros, das histórias de vida dos outros. A falar com colegas/amigos que não têm a mesma nacionalidade que nós, que viveram outra vida, que têm outra cultura. O mundo pode ser uma aldeia global, podemos achar que conhecemos tudo mas talvez só conheçamos o nome das cidades, a localização geográfica e marcos/locais históricos, talvez não conheçamos o quotidiano de quem lá vive, as dificuldades que têm nem as tradições de que se orgulham.
Viajar é uma moda que todos queremos seguir e ainda bem. Mas deixa de ser bom quando apenas competimos na quantidade de carimbos no passaporte e nos quilómetros que percorremos. Para mim, isso não é o que nos torna viajantes. São as histórias que vivemos e o que sentimos. Tornamo-nos viajantes quando nos colocamos no lugar do outro e aprendemos o que é a tolerância, quando aceitamos de forma natural a diferença.
O Windows of the World faz hoje 4 anos. Neste tempo, não viajei nem escrevi tanto como queria, por razões diferentes. Nestes 4 anos, publiquei artigos de que me orgulho, outros nem tanto, mas faz parte do crescimento, do voltar às origens e lembrar-me do porquê de ter criado este espaço: porque gosto de viajar mas, acima de tudo, porque gosto de escrever. Gosto de anotar tudo - do que tenho de fazer, do que me aconteceu de bom ou de mau. Gosto de registar em fotografias a minha vida e em palavras o que sinto – ainda que nem sempre seja fácil.
A mim não me faz feliz viajar pelo mundo sem ter uma casa, um lar para voltar. Sem ter tempo para a família e para os amigos. Para mim não faz sentido conhecer o mundo inteiro – ou ter carimbos no passaporte – e não conhecer o meu próprio país, as suas culturas, tradições e gentes. Talvez eu não seja uma verdadeira viajante, mas as que faço têm sentido, fazem-me feliz e, acredito, que ajudam a tornar-me numa pessoa melhor.
O Windows of the World é o meu registo, a minha visão, a minha experiência e a minha paixão. Estou a tentar voltar às origens. Obrigada a todos os que me têm acompanhado nesta grande viagem. ♥